quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Festa Anual das Árvores




Festa Anual das Árvores, em 25/09/2008
Foto: Aspan - São Borja/RS

Por Darci Bergmann


Muitos ainda se lembram do chamado Dia da Árvore. Pois de uns tempos para cá as árvores são reverenciadas por uma semana inteira, no que se chama Festa Anual das Árvores. É uma oportunidade para que o tema seja debatido. Nessas ocasiões ocorrem muitos discursos, frases de efeitos e outras exterioridades que nem sempre condizem com a realidade. Os ambientes urbanos em expansão diminuem os espaços verdes e nas zonas rurais lavouras e pastagens avançam sobre as matas e outras formações florísticas. Mas a sensibilização sobre a importância das árvores pode ocorrer nesses eventos. E com ganhos ambientais expressivos. A comunidade escolar tem um amplo motivo para trabalhar o tema em várias disciplinas. A sociedade como um todo pode fazer ações que revertem em melhorias. Sempre tem algum espaço físico que permite o plantio de algumas árvores, seja nas ruas, praças e terrenos particulares. Sempre existem áreas que precisam de preservação na forma de algum parque, alguma reserva biológica, porque ainda a melhor forma de conservar a natureza é evitar que ela seja destruída. E onde a degradação ambiental já fez estragos profundos é preciso botar a mão na massa visando recuperar o que for possível. De fato, só discursos não bastam.
No atual momento, a situação no Brasil é delicada quando o tema é árvore. Falo no conjunto delas. Falo nas florestas. Querem alterar para pior o Código Florestal.  Querem anistiar quem derrubou florestas ao arrepio da lei vigente. Querem fragmentar as florestas e demais formas de vegetação ao longo dos rios ou mesmo em áreas íngremes. O argumento surrado para enganar a opinião pública é de que o Código Florestal como está seria um entrave para a produção de alimentos. Ora essa! Árvore preservada também produz comida. E  assegura condições ambientais favoráveis para produzir mais e melhor. Ou será que os mananciais de água que as florestas e demais formas de vegetação natural protegem não tem valor? Água também é alimento e produz alimento.
 Portanto essa distorção deliberada e urdida nas mentes dos que só pensam em vantagens momentâneas não convence aqueles que pensam no futuro do Brasil e da humanidade. Não faltam terras para plantio. Ocorre que uma parte considerável das terras está degradada, por falta de conservação do solo. Degradar mais florestas só agrava o quadro atual e não traz nenhuma melhoria significativa nem social, nem econômica para a maioria da população brasileira. E uma parte considerável das terras de agricultura nem produz alimento. É o caso da lavoura de tabaco. Mais desmatamentos talvez concentre poder e capital nas mãos de uns poucos. Esses poucos, no entanto, conseguem eleger políticos que defendem seus interesses. Situação curiosa. A maioria da população quer a manutenção do atual texto do Código Florestal, como mostraram as pesquisas de opinião pública. A maioria dos deputados federais e senadores, no entanto, quer mudar para pior a lei que sempre foi burlada nos confins desse País. Estranha democracia é essa em que a maioria do povo pensa de um jeito e os seus representantes, os deputados e senadores agem e legislam de outra forma.
 Não seria esse também um tópico para reflexão na Festa Anual das Árvores?
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Veja, o decreto que instituiu a Festa Anual das Árvores.


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Institui em todo território nacional, a Festa Anual das Árvores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confere o Art. 87, item I da Constituição,
DECRETA:
Art 1º Fica instituída em todo o território nacional, a Festa Anual das Árvores, em substituição ao chamado "Dia da Árvore" atualmente comemorado no dia 21 de setembro.
Art 2º A Festa Anual das Árvores tem por objetivo difundir ensinamentos sôbre a conservação das florestas e estimular a prática de tais ensinamentos, bem como divulgar a importância das árvores no progresso da Pátria e no bem-estar dos cidadãos.
Art 3º A Festa Anual das Árvores, em razão das diferentes características fisiográfico- climáticas do Brasil, será comemorada durante a última semana do mês de março nos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia e Territórios Federais do Amapá, Roraima, Fernando de Noronha e Rondônia; e na semana com início no dia 21 de setembro, nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Guanabara; Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Art 4º As comemorações ficarão a cargo dos Ministérios da Agricultura e da Educação e Cultura.
Art 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Florestal Federal.
Art 6º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 24 de fevereiro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELO BRANCO
Hugo de Almeida Leme
Flávio Lacerda
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Participe!
Dia 23 do corrente, sexta feira, às 9Hs, ASPAN  promove evento denominado Arborização e qualidade de vida. Veja o convite a seguir:

                                               CONVITE

ASPAN - Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural tem a honra de convidar V.S. para o evento alusivo à Festa Anual das Árvores a ser realizado em 23 de setembro do ano corrente, no Centro Ambiental, na rua eng. Manoel Luís Fagundes, nº 1591 (anexo à Solobrás).
       9 H – Abertura - Jones Dalmagro Pinto, presidente da ASPAN
       9H 10 – Mensagem do presidente da ACISB (entidade apoiadora)
       9H 20 – Palestra: Arborização e qualidade de vida, pelo eng. agrônomo Darci Bergmann, coordenador do Projeto SEMEAR
      10H 10 – Visita ao viveiro e demonstrações práticas de arborização.
      10H30 – Encerramento.

Nota: Solicitamos que as instituições de ensino enviem representações de até 40 (quarenta) participantes.
Telefones para contato: 3431-1898 (Solobrás), 3431-2273 (Jones)
Local: Rua engº Manoel Luís Fagundes, 1591
                                      
                                        Atenciosamente.
Jones Dalmagro Pinto
Presidente