quinta-feira, 20 de junho de 2013

CHAMAMENTO PARA NOVA DIRETORIA - ASPAN

Presados associados.
A atual Diretoria da ASPAN está cumprindo um mandato tampão por não ter sido apresetada chapa para as eleições que ocorreriam em Setembro de 2012. Em vista disto foi estabelecido que a Diretoria e Conselhos Superior e Fiscal se mantivessem nos cargos até um momento propício para uma nova eleição.
Assim sendo, vai abaixo o Edital de Convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária, com o fim de eleger Diretoria, Conselho Superior e Conselho Fiscal.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Conforme dispositivos estatutários, convocam os Sócios da Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural - ASPAN, para uma Assembleia Geral Extraordinária, a realizar-se em data de 06 de Julho de 2013, na sede social da entidade, na Rua Engenheiro Manoel Luis Fagundes n° 1591 sala 01, às 14 horas em primeira chamada com a maioria dos sócios presentes, ou as 14:30 horas em segunda chamada com qualquer número de associados presentes.

ORDEM DO DIA:

  1. Eleição dos Membros do Conselho Superior e do Conselho Fiscal;
  2. Eleição dos Membros da Diretoria dentre os eleitos para o Conselho Superior;
  3. Prestação de Contas;
  4. Assuntos Gerais.
Jones Dalmagro Pinto 
Presidente ASPAN

domingo, 29 de janeiro de 2012

Fórum Social Temático: Ambientalistas gaúchos apresentaram propostas

Darci Bergmann, camisa listrada, faz exposição das propostas da APEDEMA/RS,
ladeado pelo coordenador do evento Paulo Brack, 

Por Darci Bergmann



  O tema Rio+20: Que Desenvolvimento Queremos foi proposto pelos organizadores do Fórum Social Temático e ficou a cargo da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa gaúcha. As palestras e debates seriam realizados na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O falecimento do ex-vereador Brochado da Rocha forçou o cancelamento desse evento. A APEDEMA/RS, que reúne 37 entidades ambientalistas e que seria uma das debatedoras, incorporou a discussão de propostas em outro evento paralelo, sobre as Hidrelétricas, nas dependências da UFRGS.
Ruppenthal, da equipe de Paulo Brack,
expõe o tema das grandes hidrelétricas e seus impactos socioambientais 

    Paulo Brack coordenou os trabalhos e ainda abordou o tema das hidrelétricas e seus impactos sócioambientais. Francisco Milanez (AGAPAN) e Darci Bergmann (ASPAN-São Borja), dentre outros presentes, reforçaram as discussões. Em nome da APEDEMA/RS, Bergmann apresentou um resumo das propostas dos ambientalistas gaúchos, sob o título a Transição Ecológica Necessária. Uma a uma, as propostas foram sendo alinhavadas, com a citação de exemplos e fatos pertinentes, inclusive com imagens em algumas delas.O documento não é conclusivo e está aberto a novas discussões. Mas certamente será uma importante ferramenta - uma espécie de roteiro - para ampliar as discussões preparatórias à Rio+20, na visão dos ambientalistas gaúchos.
Alguns representantes das entidades presentes e filiadas à APEDEMA/RS
A velha guarda, com a sua trajetória de lutas, recebe o apoio da gente nova  que
vem chegando. O ideal de Henrique Roessler, José Antônio Lutzenberger e tantos outros
 anima a causa por um mundo melhor

domingo, 15 de janeiro de 2012

Darci Bergmann vai representar afiliados da APEDeMA em painel sobre a Rio+20


Em encontro da APEDeMA/RS, realizado nesta quarta-feira, 11/1, em Porto Alegre, foi aprovada a indicação do Engenheiro Agrônomo Darci Bergmann, da Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural – ASPAN-SB, para representar as ONGS afiliadas da APEDEMA no Painel de Debates sobre a Rio +20 programado pela Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado para a manhã de 26/1.
Bergmman confirmou presença e comunicou que estará em Porto Alegre a partir da noite do dia 24.

Fonte: APEDEMA/RS

Assembleia Geral elege nova coordenação da APEDeMA-RS




Aconteceu no último sábado (05.11), em Porto Alegre, a 59ª Assembleia Geral Ordinária (AGO), a qual reuniu organizações ecológicas não governamentais (ONGs) de todo RS, quando foram tratados temas atinentes a política ambiental, desde o local ao global, cujos debates principais se deram em torno da mercantilização da natureza, visão que vem ganhando força com a chamada Economia Verde, tema central da Rio + 20.
Além de tratar dos retrocessos ambientais atuais, que passam pelo desmonte do marco legal do licenciamento ambiental, bem como do controle ambiental público, a APEDEMA também elegeu sua nova Coordenação Executiva.
A Coordenação que sai (biênio 2009/2011) era formada pelo Centro de Estudos Ambientais (CEA) (Rio Grande/Pelotas), pelo Núcleo Amigos da Terra- NAT/Brasil (Porto Alegre) e pelo Instituto Biofilia (Porto Alegre) e empreendeu esforços para que as deliberações do Movimento Ecológico Gaúcho (MEG) se materializassem. Nesse período, 2 lutas do MEG que simbolizam o enfrentamento a esse atual momento de avanço da crise ecológica, foram levadas a frente pela APEDEMA e dizem respeito, no plano nacional, a manutenção do Código Florestal, no plano estadual, a manutenção do Código Estadual de Meio Ambiente.
No relatório de atividades apresentado pela Coordenação Executiva (aqui) destaque para a inovação das ações online, ou seja, de ativismo digital, também conhecidas por ciberativismo, chamando para luta ecológica via e-mail e redes sociais às pessoas que não aceitam o agravamento da crise ecológica, a qual só faz aumentar as injustiças sociais.
A nova coordenação é formada pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (INGA), União pela Vida (UPV) e Associação São Borgense de Proteção ao Meio Ambiente (ASPAN) e terá como desafio, além de levar adiante ações e lutas em andamento, organizar o 29º EEEE, em 2012, bem como, acompanhar a Rio + 20.
Em meio as tentativas do capital, com quase pleno apoio do Poder Público, em flexibilizar e se possível acabar com a lei ambiental protetiva, a exemplo das leis trabalhistas, e nas vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20, a APEDeMA-RS segue fortemente atuante e de forma “espraiada” por todo o estado, combatendo a crise ecológica.
Na assembleia estavam presentes as entidades ONGs presentes: CEA, NAT, UPV, ASPAN, INGA, Solidariedade, ANAMA, Fundação Mo’ã, AGAPAN, APNVG, Instituto Biofilia, IGRÉ, GESP, AIPAN, Mira-Serra, Os Verdes, Instituto Econsciência, Greenpeace, BioFuturo.
A APEDEMA-RS congrega desde sua fundação no início dos anos 90, em Novo Hamburgo-RS, as ONGs ambientalistas/ecologistas mais antigas e atuantes no RS, como a Associação Gaúcha de Proteção do Ambiente Natural (AGAPAN), que completou 40 anos esse ano e a União Protetora do Ambiente Natural (UPAN), inspirada na União Protetora da Natureza (UPN) de Henrique Roessler.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Festa Anual das Árvores




Festa Anual das Árvores, em 25/09/2008
Foto: Aspan - São Borja/RS

Por Darci Bergmann


Muitos ainda se lembram do chamado Dia da Árvore. Pois de uns tempos para cá as árvores são reverenciadas por uma semana inteira, no que se chama Festa Anual das Árvores. É uma oportunidade para que o tema seja debatido. Nessas ocasiões ocorrem muitos discursos, frases de efeitos e outras exterioridades que nem sempre condizem com a realidade. Os ambientes urbanos em expansão diminuem os espaços verdes e nas zonas rurais lavouras e pastagens avançam sobre as matas e outras formações florísticas. Mas a sensibilização sobre a importância das árvores pode ocorrer nesses eventos. E com ganhos ambientais expressivos. A comunidade escolar tem um amplo motivo para trabalhar o tema em várias disciplinas. A sociedade como um todo pode fazer ações que revertem em melhorias. Sempre tem algum espaço físico que permite o plantio de algumas árvores, seja nas ruas, praças e terrenos particulares. Sempre existem áreas que precisam de preservação na forma de algum parque, alguma reserva biológica, porque ainda a melhor forma de conservar a natureza é evitar que ela seja destruída. E onde a degradação ambiental já fez estragos profundos é preciso botar a mão na massa visando recuperar o que for possível. De fato, só discursos não bastam.
No atual momento, a situação no Brasil é delicada quando o tema é árvore. Falo no conjunto delas. Falo nas florestas. Querem alterar para pior o Código Florestal.  Querem anistiar quem derrubou florestas ao arrepio da lei vigente. Querem fragmentar as florestas e demais formas de vegetação ao longo dos rios ou mesmo em áreas íngremes. O argumento surrado para enganar a opinião pública é de que o Código Florestal como está seria um entrave para a produção de alimentos. Ora essa! Árvore preservada também produz comida. E  assegura condições ambientais favoráveis para produzir mais e melhor. Ou será que os mananciais de água que as florestas e demais formas de vegetação natural protegem não tem valor? Água também é alimento e produz alimento.
 Portanto essa distorção deliberada e urdida nas mentes dos que só pensam em vantagens momentâneas não convence aqueles que pensam no futuro do Brasil e da humanidade. Não faltam terras para plantio. Ocorre que uma parte considerável das terras está degradada, por falta de conservação do solo. Degradar mais florestas só agrava o quadro atual e não traz nenhuma melhoria significativa nem social, nem econômica para a maioria da população brasileira. E uma parte considerável das terras de agricultura nem produz alimento. É o caso da lavoura de tabaco. Mais desmatamentos talvez concentre poder e capital nas mãos de uns poucos. Esses poucos, no entanto, conseguem eleger políticos que defendem seus interesses. Situação curiosa. A maioria da população quer a manutenção do atual texto do Código Florestal, como mostraram as pesquisas de opinião pública. A maioria dos deputados federais e senadores, no entanto, quer mudar para pior a lei que sempre foi burlada nos confins desse País. Estranha democracia é essa em que a maioria do povo pensa de um jeito e os seus representantes, os deputados e senadores agem e legislam de outra forma.
 Não seria esse também um tópico para reflexão na Festa Anual das Árvores?
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Veja, o decreto que instituiu a Festa Anual das Árvores.


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
Institui em todo território nacional, a Festa Anual das Árvores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confere o Art. 87, item I da Constituição,
DECRETA:
Art 1º Fica instituída em todo o território nacional, a Festa Anual das Árvores, em substituição ao chamado "Dia da Árvore" atualmente comemorado no dia 21 de setembro.
Art 2º A Festa Anual das Árvores tem por objetivo difundir ensinamentos sôbre a conservação das florestas e estimular a prática de tais ensinamentos, bem como divulgar a importância das árvores no progresso da Pátria e no bem-estar dos cidadãos.
Art 3º A Festa Anual das Árvores, em razão das diferentes características fisiográfico- climáticas do Brasil, será comemorada durante a última semana do mês de março nos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia e Territórios Federais do Amapá, Roraima, Fernando de Noronha e Rondônia; e na semana com início no dia 21 de setembro, nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Guanabara; Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Art 4º As comemorações ficarão a cargo dos Ministérios da Agricultura e da Educação e Cultura.
Art 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Florestal Federal.
Art 6º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 24 de fevereiro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELO BRANCO
Hugo de Almeida Leme
Flávio Lacerda
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Participe!
Dia 23 do corrente, sexta feira, às 9Hs, ASPAN  promove evento denominado Arborização e qualidade de vida. Veja o convite a seguir:

                                               CONVITE

ASPAN - Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural tem a honra de convidar V.S. para o evento alusivo à Festa Anual das Árvores a ser realizado em 23 de setembro do ano corrente, no Centro Ambiental, na rua eng. Manoel Luís Fagundes, nº 1591 (anexo à Solobrás).
       9 H – Abertura - Jones Dalmagro Pinto, presidente da ASPAN
       9H 10 – Mensagem do presidente da ACISB (entidade apoiadora)
       9H 20 – Palestra: Arborização e qualidade de vida, pelo eng. agrônomo Darci Bergmann, coordenador do Projeto SEMEAR
      10H 10 – Visita ao viveiro e demonstrações práticas de arborização.
      10H30 – Encerramento.

Nota: Solicitamos que as instituições de ensino enviem representações de até 40 (quarenta) participantes.
Telefones para contato: 3431-1898 (Solobrás), 3431-2273 (Jones)
Local: Rua engº Manoel Luís Fagundes, 1591
                                      
                                        Atenciosamente.
Jones Dalmagro Pinto
Presidente

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Resíduos de podas viram composto orgânico


Nas cidades, a poda das árvores resulta em resíduos que provocam transtornos quando manejados de forma incorreta.

Por: Darci Bergmann
Principalmente nos meses de outono e inverno, as prefeituras e proprietários de imóveis podam árvores e os motivos são vários. Alguns exemplares conflitam com a rede elétrica, outros são retirados e substituídos e tudo isso gera transtorno no trânsito. Na ocorrência de vendavais, as coisas se complicam e o volume de galhos e folhas em via pública tem um alto custo de remoção. O grande volume de material e a falta de local adequado para depósito é sempre problemático.
Para facilitar o manejo desses resíduos, é preciso reduzir o volume. Para isso, já existem equipamentos adequados no mercado. Trituradores potentes reduzem enormes troncos e tocos em pequenos pedaços de madeira. As máquinas de grande porte ainda são caras e nem sempre as prefeituras e empresas podem adquiri-las. Mas já existem alternativas bem mais acessíveis e que processam ramos com até 10 cm de diâmetro. A redução de volume é notável e isto se traduz em custos menores de remoção do material.
Os resíduos triturados são excelente matéria prima para o composto orgânico. Amontoados em leiras e cobertos com filme plástico em poucas semanas se transformam num excelente composto orgânico. Para acelerar o processo de fermentação bacteriana, pode-se regar o material com uréia diluída em água. Depois, cobre-se novamente o material com o filme plástico. O composto resultante é isento de ervas competidoras.

Triturador de resíduos Trapp

Trapp, tradicional fabricante de equipamentos para jardinagem, lançou um triturador de resíduos que se encaixa no orçamento da maioria das prefeituras e de muitas empresas. É um triturador de porte médio, de fácil transporte e que tritura galhos de até 10 cm de diâmetro. A ampla rede de distribuidores facilita a reposição de peças do equipamento, caso necessário. 

Veja fotos abaixo:


domingo, 15 de maio de 2011

CLOMAZONE: PESQUISAS CONFIRMAM DENÚNCIAS DA ASPAN


Repercutiu no Brasil e no exterior a denúncia da mortandade de árvores na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Milhares de árvores e arbustos viraram esqueletos devido à ação das derivas de herbicidas. No ano dedicado à Biodiversidade é bom lembrar que a espécie humana também está sendo afetada.
Entre os grandes vilões, a ASPAN denunciou ao MPF o Clomazone, mais conhecido aqui pelo nome comercial Gamit, da multinacional FMC Química do Brasil Ltda. É certo que outros herbicidas também podem afetar o meio ambiente, especialmente com derivas devido ao uso da aviação agrícola. É o caso do glifosato que tem causado injúrias em culturas nas imediações de lavouras de soja transgênica e de áreas dessecadas para posterior plantio. Mas o clomazone não é seguro para nenhum tipo de equipamento e não há condição meteorológica favorável.  
O Clomazone é extremamente volátil, mas permanece no ambiente por mais tempo conforme as pesquisas já comprovaram. Ele contamina água, solo, ar e atinge plantas e animais.
SUSPEITAS SE CONFIRMAM – Os estudos das empresas registrantes de herbicidas à base de Clomazone, apresentados às autoridades, foram no mínimo incompletos. Pesquisas à campo em lavoura de arroz irrigado onde produtos comerciais foram aplicados via aérea, mostraram Clomazone na água dos condutos de irrigação até 115 dias após a aplicação.
Outras pesquisas mostram a ação de clomazone interferindo nos sistemas enzimáticos dos peixes, sendo algumas alterações irreversíveis. Isto ficou demonstrado quando os peixes que estavam em água contaminada por clomazone foram depois colocados em água isenta do produto. Algumas alterações metabólicas não voltaram ao estado normal.
No Estado do RS, o produto é usado nas lavouras de arroz irrigado e no cultivo do fumo. Agora com a possibilidade de plantio de mais de 800 mil hectares de cana-de-açúcar, o seu uso e os conseqüentes malefícios à saúde e ao meio ambiente poderão aumentar.
USO ILEGAL DO CLOMAZONE – As doses recomendadas pelos órgãos oficiais estão sendo adulteradas para mais. Portanto a situação é muito mais grave ainda. Uma dos artifícios dessa fraude é o sistema de tratar a semente de arroz com produtos que conferem à cultura maior tolerância ao clomazone. Até painéis com essa prática ilegal foram colocados em pontos estratégicos em São Borja e depois retirados quando a ASPAN denunciou o fato. Ficaram as fotos e a certeza de que na prática o uso abusivo continua.
Veja o artigo a seguir: 

 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS POR HERBICIDAS UTILIZADOS NO CULTIVO DO ARROZ IRRIGADO NA REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL: PREDIÇÃO TEÓRICA E MONITORAMENTO

Aproximadamente um terço de todos os compostos orgânicos produzidos têm como destino o meio ambiente, incluindo a água. Cerca de 700 compostos químicos, incluindo mais de 600 compostos orgânicos, muitos dos quais biologicamente ativos, têm sido detectados em amostras de água2.
O Brasil, desde a década de 70, destaca-se como um dos maiores consumidores mundiais de pesticidas8. Porém, o único dado que nos dá uma indicação da escala em que são aplicados no Brasil são os valores de pesticidas em linha de comercialização, a partir dos quais destaca-se a grande utilização de herbicidas9. As culturas responsáveis por este elevado consumo são principalmente soja, cana-de-açúcar, milho e arroz10. O estado do Rio Grande do Sul (RS) é responsável pela utilização de cerca de 20% dos pesticidas consumidos no país.
No Brasil são cultivados anualmente 1,3 milhões de hectares com arroz irrigado, dos quais cerca de 950 mil (73%) estão no RS11. A orizicultura gaúcha contribui com cerca de 50% da produção nacional de arroz12. Apesar da grande contribuição do estado do RS na produção de arroz, muito pouco se fez até o momento em relação a estudos de comportamento e destino dos herbicidas no sistema, visando a manutenção da eficiência com menor risco de dano ambiental5.
Parte Experimental
Área do estudo
O estudo foi realizado a campo em área de várzea do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria (RS); e na Bacia Hidrográfica dos Rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim durante o período de cultivo do arroz irrigado nas safras agrícolas de 2000/01, 2001/02 e 2002/03.

 RESULTADO E DISCUSSÃO
Águas de superfície
De acordo com os critérios de Goss usados para avaliar se um pesticida ao ser usado na agricultura pode atingir águas de superfície, pode-se dividi-los entre aqueles que podem ser transportados dissolvidos em água e aqueles que são transportados associados ao sedimento em suspensão. Assim, dos herbicidas em estudo o clomazone e o propanil indicam um alto potencial de poluição de águas de superfície (APTDA) porque podem ser transportados dissolvidos em água.

 Águas subterrâneas
Segundo Dores et al.,15 compostos classificados na faixa de transição e de provável lixiviação de acordo com o índice de GUS requerem investigação adicional, usando-se procedimentos mais detalhados. Compostos classificados como improváveis de sofrerem lixiviação podem, seguramente, ser considerados como não poluentes de águas subterrâneas.
Considerando esta afirmação e os critérios da EPA, pode-se dizer que para os herbicidas bentazone, 2,4-D, clomazone e propanil seriam recomendados estudos complementares sobre a possibilidade de poluição de águas subterrâneas na região. Com relação ao quinclorac, por falta de dados sobre diversas de suas propriedades, nada se pode afirmar sobre seu potencial de poluição. Utilizando-se o índice de GUS, bentazone e clomazone podem ser considerados contaminantes em potencial, propanil como não contaminante, 2,4-D de transição e quinclorac inconclusivo.

CONCLUSÃO
Esse trabalho demonstra que a quantidade de herbicidas usados nas lavouras de arroz irrigado influenciam diretamente os níveis de herbicidas que ocorrem nas águas de superfície das proximidades. Para reduzir a quantidade de herbicidas que atingem as águas de superfície são necessários programas de gerenciamento e conscientização para minimizar a quantidade aplicada.
Herbicidas usados na cultura do arroz irrigado têm um efeito prejudicial potencial para a vida aquática, pois a drenagem da água da lavoura de arroz irrigado coincide com a época de reprodução dos peixes. Então, todo sistema de cultivo de arroz que libera água para o meio ambiente precisa ser monitorado com relação à concentração de herbicidas, e planos de gerenciamento, de manejo da cultura e de desempenho para proteger a vida aquática precisam ser implementados.
            Considerando a grande importância de se conhecer o nível de herbicidas nas águas, mais estudos são necessários para determinar exatamente os processos de dispersão de herbicidas aplicados na lavoura, tais como volatilização, degradação por microrganismos e luz solar, e adsorção no solo, pois os herbicidas podem ser prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, demonstrando esses efeitos mesmo em pequenas concentrações.

Ednei Gilberto Primel*, I; Renato ZanellaII; Márcia Helena Scherer KurzII; Fábio Ferreira GonçalvesII; Sérgio de Oliveira MachadoIII; Enio MarchezanIII
IDepartamento de Química, Fundação Universidade Federal do Rio Grande, 96201-900
Rio Grande - RS
IIDepartamento de Química, Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900 Santa Maria - RS
IIIDepartamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900 Santa Maria - RS

 Fonte:
 Poluição das águas por herbicidas utilizados no cultivo do arroz irrigado na região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil: predição teórica e monitoramento
Química Nova
Print version ISSN 0100-4042
Quím. Nova vol.28 no.4 São Paulo July/Aug. 2005
doi: 10.1590/S0100-40422005000400010
Extraído da Internet em 20/08/2009, às 20:55 , by SCIELO